Florentino Teles de Menezes nasceu na cidade de Aracaju em 7 de novembro de 1886. Era filho do médico Álvaro Teles de Menezes e da professora Francisca Teles de Menezes. Desde muito cedo dedicou-se à matemática e aos estudos sociais. Sua formação acadêmica foi um tanto conturbada. Começou a estudar Engenharia em Recife, transferiu-se para o Rio de Janeiro, mas adoeceu de beribéri e deixou a escola. Depois, foi à capital da República estudar Medicina, mudou-se para Bahia e, já no terceiro ano, outra vez largou a faculdade por questão de saúde, fato que repercutiu profundamente em sua vida, considerando-se “um fracassado, um vencido.”
Em 1912, depois de publicar um trabalho intitulado "Estudos Chorográficos e Social do Brasil", questionando a divisão territorial do país, iniciou sua vida profissional como funcionário público na qualidade de escriturário do Tesouro do Estado. Em 1926, ingressou no Colégio Atheneu D. Pedro II como professor catedrático de Sociologia, afastando-se em 1940 mediante aposentadoria por problemas de saúde. Florentino fazia uso dos conceitos sociológicos para entender e pensar o país e seu Estado. As questões sociais, econômicas, o coronelismo, a situação cultural da sociedade aracajuana e acontecimentos nacionais e mundiais são temas da sua obra.
Florentino participou da fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (1912), do Centro Socialista Sergipano (1918), do Clube de Esperanto e da Academia Sergipana de Letras. Atuou na imprensa local e foi correspondente de jornais de outros estados. Criou espaços para divulgação e discussão de temas como educação, voto secreto e socialismo. O Centro Pedagógico Sergipano foi um desses espaços; objetivava congregar diretores, inspetores, professores e demais intelectuais a fim de discutir os problemas e melhorar o nível educacional do nosso Estado. O fato de viver em local distante dos grandes centros de informação não o impediu de manter-se informado dos acontecimentos do seu tempo. Por ocasião da Segunda Guerra, instalou na sala de sua casa, um aparelho de rádio amador e um mapa-múndi onde marcava, com tachinhas, a movimentação das tropas em conflito.
Florentino, homem de personalidade tímida e avessa a badalações, viveu recluso, dedicado aos seus estudos, era considerado por seus amigos e admiradores um idealista, um socialista aristocrático que cultuava a inteligência e, através da ciência, pretendia construir um mundo melhor. Viveu doente e com problemas financeiros, chegando mesmo a exercer as atividades domésticas da sua residência. Ainda vivo recebera uma homenagem através de indicação de um dos discípulos, o deputado estadual e professor Nunes Mendonça que resultou numa lei mudando o nome da rua São Vicente para rua Florentino Menezes. Florentino faleceu em 20 de novembro de 1959 em Aracaju. Dentre suas principais obras encontram-se: “Estudo Geográfico e Social do Brasil”(1912); “Leis de Sociologia Applicadas ao Brasil” (1913); “A ilusão Comunista e a realidade Soviética”(1934); “Escola Social Positiva”(19170 e o mais famoso deles “Grandezas, Decadência e Renovação da Vida”(1952).